sempre tive crise de ansiedade antes de pegar um vôo e dessa vez não foi diferente
após dormir menos de 3 horas picadas cheguei mais de 2 horas antes da partida em congonhas
após quase meia hora de tentativas frustradas de localizar o vôo descobrimos que o mesmo sairia do aeroporto internacional governador andré franco montoro, em guarulhos
puta que pariu
com sorte consegui na porta de embarque mesmo um taxista bem agilizado e pedi com jeito pra ele chegar o mais rápido possível no destino final
pode ficar tranquilo que vo a milhão e só tiro o pé nos radar. o senhor se importa se eu der um tirinho? quer um teco?
mesmo que tivesse em condições de pagar de moralista, não faz meu estilo agir assim. recusei com educação sua oferta, o deixei à vontade pra usar o que quer que fosse e pé na tábua. a viagem foi agradável e rápida, apesar do maldito trânsito onipresente na saída da cidade
uma pouco sutil muralha na fila do check in me disse que o embarque estava encerrado há 7 minutos e que não importava o fato de não ter mala pra despachar. me encaminhou para a loja de latam pro fim de remarcar a passagem
claro que tinha fila também. eu, só o suco da derrota, comecei a calcular tempo e dinheiro que gastaria pra outro taxi até a rodoviária e uma passagem de ônibus, já que não existia a possibilidade de não ir ao rio de janeiro, pois rolaria o lançamento do meu novo livro no dia seguinte, na tijuca
expliquei a situação para a gentilíssima bilheteira que olhou pro relógio e informou que faltava 10 minutos pra fechar o vôo e perguntou se eu não queria tentar embarcar, que dava pra emitir meu bilhete na hora, que podia furar todas filas etc
a real é que o pandemia deixou a todos nós mais sensíveis com uma enorme lupa mirada direto no fundo de nossas pobres almas. quem já sofria de síndrome de pequena autoridade se sente um ditador e as pessoas gentis se tornaram ainda mais amáveis. as cenas de um aeroporto mostram todo esse microcosmo
pois peguei minha singela mala de mão e corri como um louco com meus 140 quilos. pedindo mil desculpas, furei a fila da chapa da mala, passando na frente de uma mulher grávida e de outra com um carrinho de bebê. elas foram simpáticas, riram e torceram por mim
fui o último a entrar no avião e o evento no bar madrid, em parceria com a livraria casa da árvore, foi ótimo. quero morrer assinando livros numa mesa de bar
seguindo com a tour mundial, nessa quinta invado o bar bagaceira, em santa cecília, onde fritarei frango, assarei yakitori, prepararei tacos de corações partidos e, claro, venderei meus livros. de quebra, ainda tem alguns adesivos pra brindar com os drinques especiais que só existirão nesse dia
o furdunço começa às 16h e vai até acabar nossas forças. se você puder ir, será uma honra te atender
beijo do gordo!