jazz alexa jazz alexa jazz ALEEEXAAA
assim a senhora k. implorava inutilmente para um aparelho eletrônico, na vã esperança de que cessasse o hip hop radiofônico que não combinava nem um pouco com o que poderia ser um elegante balcão de bar com pretensão de execução de alta coquetelaria ao melhor estilo nipônico
pra ser mais preciso em algum momento alexa atendeu o pedido, mas infelizmente já era tarde demais
tarde demais porque o rango solicitado já tinha chegado e o resultado foi bem aquém de qualquer expectativa média
já o carro chefe do bar, os tais cocktails, eram ruins de verdade. doces, desequilibrados, muito diluídos.
e ingredientes de segunda, o que é imperdoável num lugar com preços proibitivos.
o que é pior que sentar com vista para o catálogo da coleção 2022 dos xaropes mais xaropes da história da indústria da bebida?
a resposta é previsível. claro que o aspirante a bartender – e dono da pocilga – usou uma dessas garrafas num drinque onde também colocou um rum de balada adolescente e teve a cara de peroba de cobrar mais de 50 pilas pela catástrofe líquida dentro do copo
detalhe que estava com uma amiga e o responsável pelo bar perguntou para quem era o drinque com rum. será que se fosse pra mim ele usaria insumos tão ruins?
ficou a péssima impressão de machismo detectado. deixamos a bebida no balcão – todas as outras também vieram bem ruins – e fomos embora
tem coisa que nem a alexa salva
um comercio sustentável implica numa operação saudável tanto para a freguesia quanto para o dono
observando as pessoas ao meu lado, parece que essa regra não foi de todo quebrada, já que tinha gente se divertindo no bar, sim
envelhecer também é se reconhecer em cada vez menos nichos de mercado. é como se a cidade se despedisse de mim mais rapidamente que pouco a pouco
mas e tu? como fica nessa história?
bom, eu sugiro para que entre em sintonia com tudo o que gosta e se divirta pra dedéu. essa é minha torcida
tenha cautela ao eleger um lugar para beber. porque esse tipo de programa é cada vez mais caro e ter a missão bem sucedida é ato cada vez mais raro
inclusive cheguei até a montar um curso sobre drinques caseiros da casa, justamente pra evitar esse tipo de situação, lembra?
não sei até que ponto isso é sintoma dos filhos da pandemia que somos, mas cada vez mais acho que o negócio é ficar em casa mesmo
meus discos e livros e nada mais como assim disse um dia o mestre maior zé rodrix
oh alexia não chore por mim…