lembra aquele negócio escuso no qual me ofereceram um miserê como salário e não me deram condições de trabalho?
pois é. essa é minha fita
contei o causo há coisa de 3 ou 4 semanas. claro que não houve acordo e o flat inaugurou
por ser vizinho de prédio, passo na frente todo santo dia, enquanto passeio com meu cãozinho, esse que por sua vez já atinge fama de vereador no pedaço
pintaram o balcão do bar que não é funcional, pelo menos ficou bonito, mas segue não funcionando. e enfeitaram com garrafas coloridas a imponente prateleira com luzinhas atrás da bancada sem pia. cenográfico, diria. talvez o projac tenha servido como inspiração pro projeto que ainda tem poltronas brancas no salão. deve ser fácil limpar, né?
um dos pedidos que fiz na negociação foi o de ajustes na cozinha que não tinha nem onde montar os pratos e pretendia – assim me disseram – servir café da manhã, almoço, jantar e brunch, além do serviço de bar e também room service, claro
pois
enfiaram em cima de uma mesa bonita até no salão principal dois tosquíssimos réchauds e nada mais
não tive coragem de entrar pra conferir o conteúdo, mas imagino que contrataram um ou dois cozinheiros e trocam a salsicha com ovo da vez a cada turno. ou quem sabe requentam?
o que me leva à conclusão de que sou um tremendo otário mesmo. por isso ta cheio de consultor por aí. o dinheiro é fácil em terra de quem não quer trabalhar
a boa notícia é que, após quase cinco décadas de vida, finalmente tenho dormido melhor
sono dos justos? diria que sim. sei que perdi, mas parafraseando darcy ribeiro, odiaria estar do outro lado
e tem outras coisas acontecendo. projetos promissores tem aparecido e minha biroska virtual segue aberta. uma hora algo dá mais certo, assim espero
a meta da semana é acordar na hora em que gosto pra seguir no projeto do livro, mas tá difícil. não dá pra ter tudo.
beijo,
j.