já disse por aqui que meu quarto de século já passou há um bocado e que não fiz nada de relevante no período em que achava que poderia fazer alguma diferença.
o segmento onde presto serviço há décadas é movido por uma gente escrota e poderosa, com algumas raras e louváveis exceções.
claro que procuro estar do lado da minoria, mas a cada dia que passa fico mais velho, não o contrário.
a precária condição de saúde diminui ainda mais o poder de fogo e admito publicamente aqui nesse escrito certo cansaço. se você não sabe, um dos sintomas mais comuns entre portadores de esclerose múltipla é o da fadiga.
óbvio que sigo na busca por melhorias, mas de nada adianta o cenário melhorar ao menos um pouco agora que inês é morta.
há um morcego na porta principal.
bem sei que esse não é um problema exclusivo, que outros ramos tem problemas parecidos.
você acha que pode fazer alguma diferença no planeta?
se sim, sugiro que pise fundo no acelerador, pois o tempo galopa.
do contrário, se conseguir manter harmonia ao redor das pessoas que ama já tá de bom tamanho. mudança de dentro pra fora.
quem sabe se um dia as bolhas desses microcosmos o mundo não se transforma num lugar mais decente?
embora já tenha passado a bola, o texto dessa semana ainda não é uma despedida e sigo à sua disposição aqui nesse balcão virtual, se você achar que ainda posso ser útil.
por fim, lembre-se que a pandemia ainda não acabou. use máscara corretamente, álcool gel a rodo e evite aglomerações. segunda dose não te dá superpoderes e sua individualidade acaba no momento em que bota a vida do próximo em risco de maneira criminosa. não seja um problema de saúde pública.
que essa semana seja ao menos um pouco mais leve. juro que tem um passarinho cantando nas proximidades da janela do escritório onde escrevo, mas tá difícil ter um pingo de otimismo.
beijo e se cuida,
Verificamos sinais de leveza consistente, armas dos guerrilheiros da crônica. Parabéns, Julinho.