é tarde de sábado e enquanto escrevo essas notas de quinta ocorre pelas ruas do país protestos contra o morfético ocupante do palácio do planalto.
sou absolutamente contra esse sujeito e já tomei minha primeira dose vacinal, de maneira que poderia estar na paulista agora, correndo menos riscos que o afegão médio.
acontece que mesmo que tivesse tomado a segunda dose a probabilidade de me contaminar numa aglomeração desse porte é algo a ser considerado. e não adianta falar em utópico distanciamento social pois quem é da rua sabe que isso não existe nessas ocasiões.
sem contar que sempre procurei evitar o trombar com o que chamo de efeito massa de manobra. prefiro acreditar que se eu alcançar meia dúzia de pessoas pelas tais letras publicadas posso ser mais efetivo, embora admita entre nós a inocência desse raciocínio.
fato é que não ajudarei ninguém a considerar a possibilidade de pensar diferente no meio de um público detentor de ideologia parecida, eu quero mais é chegar em quem pensa diferente de mim. enquanto a esquerda seguir se comunicando apenas com os seus seguirá perdendo espaço. tem isso também. que fique registrada aqui a respeitosa discordância com as milhares de pessoas que foram pra rua clamar por justiça.
mas, e você? o que fará quando for possível circular? como aproveitará essa segunda oportunidade de vida?
um grande amigo jornalista que até que manja de vários paranauês, só abre a boca em público pra se manifestar sobre futebol – do mundo inteiro! – e indie rock. em suas mídias sociais até tem também cachorros e boa comida caseira, mas isso só entre amigos.
o brilhante jornalista e garagêro paulo cesar martin (aka pauleta) é exemplo de civilidade a ser seguido. é muita pretensão de minha parte torcer por um mundo menos caetânico, com menos sommelliers de tudo e mais um pouco?
aqui cabe a autocrítica de quem sabe que fala de mais assuntos que o devido. sei que não justifica, mas a real é que sou ansioso pra caralho e a limitação física cada vez mais acentuada me deixa ainda mais nervoso. por esses dias cheguei ao cúmulo de ter dificuldade de locomoção. sou portador de uma doença degenerativa filha da puta e sei que até o fim dos dias fará parte do meu cotidiano aprender a lidar com esse 7 a 1 em looping.
mas ao mesmo tempo procuro atualizar a porrada de mídia que me propus a manter e nem sempre tenho segurança na probosta de pauta a ser compartilhada.
agora mesmo vim ao computador sem ter a menor ideia do que viria a escrever. mas a essa altura do campeonato você já percebeu isso, imagino. ou ainda não me conhece o suficiente?
pode demorar um pouco mais, mas a vacina vem aí. e espero que você use o tempo de maneira sábia, que de alguma maneira faça bem para os seus.
e, se precisar de um trago, sigo à vossa disposição aqui nesse balcão virtual.
até,
Siga, sempre.
Abraço, JB.
“probosta”, kkkk
Sigamos!