o alquimista

nessa semana encontrei talentoso autor brasileiro que reclamou de receber x de um edital em forma de prêmio para produzir outro livro

porra! mas que “prêmio” de merda! a essa altura da vida, após publicar mais de 20 bons livros, esperava ganhar um dinheiro pra usar da maneira que bem entender, não pra trabalhar mais!

me solidarizei deveras com o derrotado. em menor escala também sei como é tentar viver de escrita

à beira de lançar o quinto livro, posso afirmar que a literatura me trouxe mais despesa que lucro, não deixando de considerar o tempo usado para a elaboração das escritas que poucos e bons querem saber

a verdade é que no brasil só se ganha dinheiro com livros se seu nome começar com paulo e terminar com coelho

mas me sinto melhor lendo e escrevendo que trabalhando mais de 14 horas todo santo dia pra produzir comida em bares e restaurantes

afinal, como diria o mestre antônio abujamra, a vida é minha e a estrago como quiser

meu maior patrimônio é o tempo e enquanto não o perder de vez para a doença autoimune que me degenera pouco a pouco até que o tenho administrado de maneira que o retorno satisfatório é deveras considerável

dinheiro jamais é meta, mas sim consequência. se não der pra conhecer cantos do planeta pra onde quero ir, paciência. ao menos faço o que curto e isso não tem preço que pague

porém essas notas de quinta existem pra tratar mais de ti, já que o que importa pra mim é o processo. se elas te ajudarem de alguma forma a se encontrar de alguma forma mesmo que meio torta, esse mais de um ano escrevendo alcançou o objetivo almejado

embora todo trabalho tenha seu fim, essa ainda não é uma despedida. creio que ainda possamos ter mais pelo menos meia dúzia de experiências pra trocar

beijo e até a semana