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nosso inimigo

escrevo essas parcas linhas sob o raio de sol de uma tarde dominical que insiste em invadir a janela de onde vejo o elevado, lugar no qual ainda levarei meu dog pra passear, assim que as coisas se acalmarem. tempo também pode ser uma questão perspectiva, por mais estranha que soe a frase final desse parágrafo.

não me sinto no direito de não acompanhar o noticiário, acho que ou se faz parte do jogo político ou se coloca como massa de manobra e me recuso ao segundo papel apontado, por maior que seja a sensação de impotência. é romantismo que chama?

mas prometi pra mim mesmo que esse espaço será usado para fins etílicos gastronômicos, singelas pílulas de paz e contemplação para serem digeridas no meio desse inferno todo pelo qual estamos passando. é possível uma surreal mesa de bar no meio do olho do furacão?

comecei a escrever e não concluí sobre as notícias de hoje, né? então, não citarei nomes, nem ideologias (minha posição é pública e conhecida), mas as notas giraram em torno de manifestações aglomeradinhas.

então, você já parou pra pensar que é bastante provável que nem sicrano nem beltrano se importam contigo?

ama o teu vizinho como a ti mesmo assim dizia aquele velho compositor setentista nos idos do milênio passado.

quanto mais difícil for o tempo vivido, com mais sabedoria devemos escolher nossos adversários. e essa maldita pandemia que nos abate não tem facilitado nada.

político eleito é funcionário público a ser combatido e sugiro que não se discuta isso com as poucas pessoas que insistem em estar ao nosso lado. a boa política começa a ser praticada dentro de casa. 

onde começa o clubismo termina o bom senso. tem uma paixão avassaladora implorando pra sair da garganta tal como um grito contido de gol? pois gaste essa energia toda com algo que realmente valha a pena, não a canalize em forma de ódio contra um semelhante.

o inimigo é outro.

de minha parte, sigo aqui no meu modesto balcão virtual, pronto pra lhe servir. é minha vocação.

4 Comments

    1. Jota, eu já desisti de gritar mas sem eco fora da bolha. Como é difícil tentar argumentar com quem não quer enxergar o óbvio? Tudo que aconteceu e acontece, todos os sinais dados, as frases ditas, as posturas tomadas… e muita gente não desembarca. Sinceramente, desisti. E com dor no coração confesso que perdi. Ao ponto de não ter vontade de ter conceber filhos (adotar ainda é um sonho) pra colocar nessa sociedade doente que existe hoje. Isso nunca foi necessariamente meu sonho mas nunca deixou de ser uma possibilidade, bem, até esses meses. Desisti pq parece impossível, e é dolorido tentar converter alguns muitos fiéis, as pessoas que endossam esse discurso, seja fazendo barulho (minoria, mas histriônica), seja os desiludidos com a política, e me desculpe mas não os acho maldosos, o pensamento de que são fascistas por estarem nessa condição, de não se incomodarem a ponto de expurgar esse discurso, me faz de certa forma enxerga-los como coitados. Massa de manobra da pior qualidade. Óbvio que existe essa gente ruim, asquerosa, indigna de pena, mas tem muita gente desiludida, que por ilusão coletiva ou sei lá que descrição para ilustrar essa condição, se apega a esse personagem e a essa forma de aceitar o mundo. Como disse, desisti. Acredito muito mais em micro politica. Na minha concepção do tema: tratar bem as pessoas, ser ético, cobrar ética do meu ciclo, participar de ação social, dar dinheiro pra quem me pedir, se puder. Comprar local, valorizar professor, literatura, artistas. Cansei, mas me movo como posso.

  1. A este balcão é inevitável se afreguezar. Excelente serviço. Um bom trago pra esquentar o peito. Muito obrigado pelo serviço, camarada.

    Recomendo a todos assinarem a newsletter.

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