não há saídas, só ruas
viadutos e avenidas
assim diz itamar assumpção em mais um belo exemplar do cancioneiro boêmio brasileiro que remete ao texto da última semana.
pra mim não é fácil entregar um texto por semana aqui com certo piso de excelência por motivos de não ser uma máquina escritora.
mas sei quando acerto e a sensação da semana passada foi a de raro gol marcado por aquele volante firmeza.
afinal, o que seria de raí sem pintado?
se estivesse em meu lugar, o célebre george costanza simplesmente encerraria nesse momento as notas de quinta, pra não perder a oportunidade de sair no auge.
acontece que não acredito nessa dinâmica toda, sou adepto daquela linha de vida vonnegutiana que diz que nosso destino é mais previsível e sem graça do que queremos crer. o resto é ego.
mas então, uma vez caída a ficha da própria insignificância, o que nos resta?
pra viver de maneira razoável é preciso saber lidar com as próprias limitações e se você chegou até esse parágrafo já viu que ainda tento dar meus dribles.
ache tarefas que goste de fazer e extraia o máximo de prazer para você e os seus.
essa newsletter, por exemplo, nasceu como uma maneira de estreitar relações com gente interessada por drinques caseiros da casa, mas segue no ar.
não precisa ser excelente em tudo, se o teu trampo nota 3 tiver um mínimo de afeto pode atingir notas mais altas para aqueles que elegeram sua companhia pra viver.
e se as coisas não saírem conforme o planejado, aceite a derrota e não abaixe o semblante. pelo contrário, veja os ensinamentos que a queda tem a lhe oferecer e aprenda com ela.
porque da vitória não se leva nada.
“O fundo do poço é o melhor lugar pra pegar impulso…”.
Abraço, JB.
Nem tudo ainda está perdido, adelante tem um precipício
Que alegria ler um texto como esse. O recorte gratiluz das redes sociais estafa, enquanto encontro vida real aqui.
E com menção ao grande Costanza. Obrigado J.