sempre temi perder voo. talvez por já ter perdido alguns, com direito a atrasos bestas e troca de aeroporto em mais de uma cidade
a noite anterior à viagem é inevitavelmente tensa e jamais atinge o total de três horas de sono
chegar com devida antecedência é fundamental, ainda mais considerando a imprevisibilidade do trânsito paulistano em qualquer hora comercial
decolagem prevista pra 10h30, antes das 8h eu já tava na fila do check in e às 8h20 abria a boca de sono sentado em frente ao portão 6 do aeroporto de congonhas
com tempo de sobra me levantei e fui encarar aquele dog que só tem por ali. pedi a versão mais clássica, apenas com mostarda e ketchup. apesar do preço quase abusivo e do pão murchiba a parada não tava totalmente repugnante, muito pelo locação. se fosse na rua, sei não. mas não estava na rua
com os olhos fechando e o sono atrasado, uma última olhada no painel de embarque e avistei uma decolagem para o mesmo destino no mesmo horário no portão 15, lá embaixo
pois para lá fui, me sentei e finalmente me rendi a morpheu. só acordei com a chamada para embarque da seção 3. embora tenha direito a regalias por conta do meu estado de saúde, sempre abri mão desse tipo de privilégio
quase na minha vez reparo que o voo tá atrasado e a simpática aeromoça me chama a atenção que a companhia também não era aquela. tudo errado
retorno correndo todo esbaforido até o portão correto no andar superior e me dou de frente com o avião ainda em solo. mas infelizmente esse não atrasou e o embarque já tinha sido fechado. a aeromoça da companhia certa me disse que chamou meu nome pelo microfone, o que obviamente o morto muito louco aqui não ouviu
a economia da passagem comprada com 40 dias de antecedência foi pro saco na lojinha da azul, onde a paciente bilheteira fez o que pôde pra remarcar a viagem pro dia seguinte, cobrando uma taxa que eu merecia pagar
no taxi de volta até santa cecília, aquele trânsito maroto na 23 de maio, pra completar um dia que não começou bem
quando ocorre esse tipo de adversidade procuro comer e beber bem, pra ter algum tipo de compensação e foi isso que fiz
passei a tarde comendo acarajé e bebendo caipirinha de serigüela na fátima e na mirineide, voltei pra casa e finalmente siestei (existe esse verbo?). à noite hommus com falafel no jaffa regado a cerveja frutaria que me remeteu ao destino do dia seguinte. por fim drinks com ovo molllet e ovas de mujol no koya 88, do talentoso par de thiagos residentes da vila buarque. nada mal pra quem começou tão corrido, não?
pouparei seus olhos da leitura com o relato logístico do voo seguinte, mas no fim deu tudo certo
adoro curitiba. dessa vez fui recebido por um casal de amigos muito querido, vi um concerto histórico do deep purple (banda que acompanho os shows realizados por aqui desde 1991), dei bons rolês, com direito a conhecer um bar de cervejas sensacional, entre outras coisas
parágrafo exclusivo pra falar que deu tudo muito certo no meu novo projeto de curso presencial “drinques caseiros da casa, viagem ao centro do copo” com balcão lotado e produção luxuosa do pedro e da milena, do ginger bar. inclusive aguardo convites pra realizar eventos pelo brasil inteiro, só chamar. bato drinques, assino livros e frito frango pra fora, não necessariamente nessa ordem
por fim, embora saiba que tem coisa que não precisa ser dita, se bater um dog na aeroporto, em seguida vá para o portão correto de embarque. não repita a estupidez de perder o voo no aeroporto certo
mas, se perder a hora por motivo qualquer, gaste bem o tempo ganho fazendo algo que gosta
beijo do gordo e até segunda que vem, se eu não errar o dia da postagem!