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mais uma dose

não sei como será a sua semana, mas a minha será focada na função de montar meu combo de comorbidades pra tomar a primeira dose de vacina contra a maldita covid 19 na próxima sexta.

dizem que tem uma balança no posto onde o candidato a vacinado se pesa e a heroica equipe de enfermagem pega os dados do painel pra fazer uma conta que comprove a obesidade mórbida. pois nessa madrugada sonhei que toda equipe do ambulatório ria escancaradamente da minha cara enquanto eu perguntava se a pesagem era mesmo necessária. 

embora não veja o pesadelo como sinal premonitório por via das dúvidas levarei algo que comprove hipertensão, diabetes e mais duas ou três diabruras. curiosamente a esclerose múltipla que me acompanha não abre portas para vacinação. mas tudo bem, de alguma forma devo me virar.

o problema maior é que perdi minha carteira de identidade há mais de um ano e temo que esse desleixo seja fator impeditivo para a aplicação. ao encontro com a vacina irei munido com passaporte, reservista e certidão de nascimento, além de um rg antigo meio detonado. espero que seja o suficiente para convencer zé gotinha sobre minha existência.

a real é que acho um tanto injusto tomar vacina antes de tanta gente mais necessitada que eu, mas tenho consciência da falta de alcance de minha voz e não abrirei mão do direito em questão.

mas, e você? quando tomará vacina?

apesar das inúmeras trapalhadas desse governo lazarento, espero de coração que a coisa caminhe pelo menos um pouco mais rápido e que logo chegue sua vez.

porque das doses elevadoras de espírito nós cuidamos, na medida do possível.

e, quando chegar o dia em que estivermos devidamente imunizados, ergueremos um brinde ao fato.

por enquanto fiquemos com um copo de cólera, em respeito a tanta gente boa que se foi. e torçamos para que a tempestade passe, pois ninguém aguenta mais.

mas que vai passar, vai. toda pandemia tem seu fim.

onde você quer estar quando o mundo renascer?

6 Comments

  1. sou enfermeiro mas não estou trampando na linha de frente, por isso, aguardando minha vez. a lista comorbidades não me contemplou, tampouco – – algo que eu deveria comemorar (?). em minha cidade a prática do carteiraço puro e simples têm sido adotada mesmo entre colegas que não tinham necessidade alguma, e isso é lamentável. mas você está fazendo um trabalho essencial ao trazer algum conteúdo que preste em meio ao pandemônio jota. não tenha dúvidas que o povo quer vossa excelência devidamente imunizado. em tempo, pretendo renascer no mei do mato. abraço

  2. Estou no grupo de comorbidades como o obeso mórbido. Por algum motivo preciso de um laudo médico comprovando que sou gordo, subir na balança e medir minha altura pra calcular o IMC não parece o suficiente. Enfim, quebrei o porquinho e irei ao médico essa semana, se tudo der certo, essa semana ainda tomo minha primeira dose.
    Toda sorte a nos, brasileiros

  3. sem previsão para tomar vacina por aqui. pelo menos até meus últimos exames não tenho nenhuma comorbidade. a não ser que eu esteja com o imc acima de 40, mas faz um tempo que não me peso. preguiça. mas é fato que engordei uns bons kgs na pandemia. porém não vou culpar somente a pandemia, pois me juntei com o meu “conje” e desde que começamos a namorar (meses antes do apocalipse) demos um tempo dos finais de semana insanos de sexo, drogas e rock n’ roll e optamos por ficar em casa comendo pizzas e lanches e só com o sexo e às vezes um rock n’ roll.
    o fato é que realmente não estamos mais aguentando a pandemia & esse governo lazarento, debochado, incompetente e irresponsável.
    o que nos resta é assistir uns vídeo massa de comida ou viagens, tomar aquela gelada e claro, comer y comer. é o que tem nos distraido ultimamente…
    enquanto isso vamos torcendo pela vacina e pelo impeachment! 🙂

    abraços!

  4. Meu caro, sigo na contemplação das infindáveis madrugadas geladas em uma insônia que vem afugentando-se pelo meu quarto, tornando impossível não tentar desfrutar da melancolia característica (a dita cuja é assídua em minhas tardes nubladas) desses tempos.

    A idade? Bem, estou velha para dizer que sou nova e muito nova para ser velha, eis o postulado que é questionado constantemente após boas doses de Anita Neri, portanto, sou uma refugiada dentro destas paredes há mais de um ano. Sem perspectivas do retorno da modalidade presencial, o jovem universitário brasileira tenta uma reinventação constante todos os dias.

    Abraços!

  5. Fala meu Caro. “Apenasmente” gostaria de deixar una soma de inteligência e sensibilidade gastronômica p minhas filhas. Sou da V. Leopoldina, de 31/12/1973. ..kkkk. Médico nas horas vagas, mas cozinheiro de coração, assim como o Mestre Derivan, q me ensinou… Como nessas andanças, se pudermos conversar. Seria mais uma boa trombada nessas esquinas….

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