fbpx

gloria a zeux!

Qual é a sua religião, por favor?

Assim perguntavam pequenos comerciantes de bata a quem passasse na frente do Mappin, com o claro propósito de vender alegorias, adereços e geringonças de porte médio.

Na negativa do pedestre de seguir com a conversão, o religioso arrancava da vítima o folhetim que tinha enfiado em suas mãos sem oferecer e olhava pra ele com ar de superioridade, como se tivesse o condenando ao Inferno.

Em gastronomia ocorre fenômeno parecido. É inadmissível pro mundinho pseudo-inteligente gastar uma grana e não gostar do produto oferecido.

E não estamos falando só de comida. O comportamento se estende a vinho, cerveja, drinks, serviço de sala etc etc 

E, em terra de ninguém, natural que surja um exército de sommeliers que também se aproveita da falta de parâmetro do coitado do comensal médio, ditando regras e até vendendo cursos constrangedores.

Se seguirmos o caminho do dinheiro, sobra pouca gente.

Com inevitável cansaço digo que o cenário gastrocômico de hoje no Brasil foi vampetizado.

O chef finge que cozinha e o freguês finge que come, pagando bem caro por isso.

Porque a questão não é apenas monetária, mas também filosófica. A tua vida e saúde vão pro brejo enquanto uma gentinha safada monetiza em cima da época da inocência.

Faço parte de uma geração que foi muito rapidamente da era analógica ao inferno digital e ainda estamos aprendendo a lidar com isso.

Entre tantos pastores e doutores, fica muito difícil identificar quem se comunica direto contigo.

Como diria Raulzito, o negócio é que tem muita estrela pra pouca constelação.

Escolha bem quem vai te alimentar. E não se esqueça que quem está com armas brancas nas mãos é você, chega de adestramento.

Qual sua religião, por favor?

Leave a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *