há uns anos rodou nas redes artigo mostrando como o uso exagerado de smartphones fez com que o giro de mesa diminuísse um bocado em bares e restaurantes
sujeito chegava no local e antes de abrir o cardápio passou a atualizar freneticamente suas mídias sociais, como se algo muito interessante estivesse ocorrendo exatamente naquele momento
e paciência se o martini esquentar ou se a carne esfriar, afinal é preciso focar (sic) naquela foto sem qualidade alguma que vamos combinar que ninguém está lá muito interessado em saber
mas nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais
a peste que começou a nos abater em março de 2020 trouxe consigo uma praga que em algum momento muitos até acharam útil
e aqueles que condenam a hoje obviamente desnecessária tecnologia ainda tem que aguentar chilique dos neo-ambientalistas de plantão
como se a não impressão de meia dúzia de menus fosse capaz de salvar o planeta
fato é que atualmente os próprios comedouros estimulam a freguesia a sacar de bolsas e bolsos os aparelhos telefônicos móveis para checar oferta do dia de comida, vinhos, etc. tudo bem separadinho pra demorar ainda mais
claro que sempre após checar as malditas mídias. tempo gasto sem fim
perdemos por completo a capacidade de contemplação
em tantos anos de blogueiragem gastronômica uma das coisas que aprendi foi a deixar o celular em paz, já que na medida em que me tornei conhecido na famigerada área etílico gastronômica a probabilidade das coisa tudo dar certo na minha mesa (ainda) é bem alta e aí passei a me interessar mais pela comida dos outros pra assim chegar numa conclusão mais razoável
mas eis que o mundo novo chegou de maneira nada admirável e hoje 99% dos comensais não se separam de suas bíblias eletrônicas, mal se importam com o que é servido
comportamento de gado evangélico
boa parte já não vê o celular como bíblia, mas sim como uma pitoresca espécie terço eletrônico. basta uma luzinha e pronto
essa que por sua vez jamais acenderá a escuridão da alma
nos tornamos zumbis pós-apocalípticos que não honramos a sobrevivência à peste
diga não ao qr code você também. junte-se comigo em mais uma luta inútil sejamos a resistência.
porque se for pra perder que seja com estilo
Que texto bosta, cara!
Tô com você e não abro!
Odeio estes cardápios em qr code… além do que, são péssimos, se ainda fossem bons para se navegar, mas não tem um que preste!!