juro que não busquei ser profético nas notas da semana passada, até porque não é de hoje que no céu de gotham city há um sinal.
só não vê quem não quer.
ou quem está o tempo todo com o aparelho telefônico celular a distância média de menos de um palmo da fuça, tal como um perfeito analfabeto funcional idiotizado.
deixa eu contar algo pessoal pra ti.
embora nunca tenha me considerado crítico culinário, por muitos anos fui temido pelos textos ácidos sobre a cafonérrima cena gastrocômica paulistana
peguei bem a época de transição, quando as pessoas trocaram a adorável leitura de cardápios pelo famigerado ato de atualizar suas miseráveis mídias sociais direto de seus terços eletrônicos.
isso coincidiu com o tempo em que passei a ser figurinha carimbada nos lugares, quando era praticamente impossível eu comer mal. até hoje tomam muito cuidado comigo à mesa.
a única maneira de bater uma chapa sobre o jantar mais condizente com a realidade foi a de passar a não sacar o celular do bolso durante a experiência.
já que as coisas dariam certo comigo mesmo, passei a me interessar mais pela comida dos outros.
só faltou combinar com os egípcios, que já estavam num caminho em volta rumo à selfieland.
e a coisa não melhorou em nada, muito pelo contrário. por isso meu blog anda mais parado que o geraldo alckmin, a perda de interesse em retratar mais do mesmo é natural.
daí quando as mídias somem como na última semana, é possível tirar uma lição nesse mundo onde ninguém mais pede uma pizza por telefone.
não precisa abrir um livro, mas saber que se pode fazer isso com mais tranquilidade dá um sossego danado.
dê um tempo você também, faça o walter franco de vez em quando.
mente quieta espinha ereta coração tranquilo
quem sabe não nos encontramos num improvável caminho de volta?
beijo,