peter frampton é um grande guitarrista que compõe músicas pop como ninguém e além de tudo canta super bem. no auge de sua carreira foi prejudicado por, veja só que ridículo, ser bonito. como se não bastasse o tempo foi cruel e hoje ele tá a cara do paulo coelho
como pouca desgraça não é suficiente nos últimos anos foi abatido por uma doença degenerativa que atinge pernas, braços e mãos
um diagnóstico no momento certo permitiu uma tour em forma de despedida. pena que não chegou por aqui, pois sempre é um grande concerto. nos primeiros shows se apresentou em pé e nos últimos sentado, pois a implacável doença já atingiu suas pernas. o que importa é que o artista teve uma grande oportunidade de dar um honroso tchau
assim como milton nascimento, em emocionante velório com corpo presente num mineirão com mais de 50000 testemunhas. aquilo foi, perdão pela infâmia, lindo de morrer
a outra perda da semana foi protagonizada por aquele que em nenhum momento teve alguma espécie de pudor em viver. foi-se um dos últimos grandes tijucanos. se divertiu adoidado, fez o que bem entendeu por toda sua vida e esse mero ouvinte que vos escreve só tem a agradecer
alguns de meus heróis tem morrido de velhice mesmo, mas minha imaturidade emocional faz com que não lide lá muito bem com o inevitável conceito de finitude
até cantora por quem nunca tive lá muito apreço tenho ouvido são três horas da manhã etc etc etc
fato é que minha geração fez pouca coisa relevante e ficaremos conhecidos como aqueles que sobreviveram a peste do século
milhões de vidas perdidas começam a pesar um bocado na consciência coletiva e nos deve levar a pensar de que maneira podemos fazer valer a pena os minutos que nos sobraram
muita gente se foi e agora é ladeira abaixo. mas você ainda está aqui. faça valer.
minutos antes de ler este seu texto, vejo no twitter que Pelé já não responde mais a quimioterapia e passa por tratamentos paliativos. Confesso que por disparidade de gerações, pouco conhecimento futebolístico, falta de informação (ou excesso) não tenho muita afetividade pela figura do Pelé, o que não diminui em absolutamente nada sua importância. O fato é: O Rei do futebol espera pela morte no meio de uma copa do mundo.
minutos antes de ler este texto, vejo no twitter que Pelé já não responde à quimioterapia e recebe tratamentos paliativos. Por disparidade de gerações, pouquíssimo conhecimento futebolístico, falta de informação (ou excesso) confesso que nunca fui fascinado pela figura do Pelé, mas esse texto trouxe a tona um fato: O Rei espera pela morte no meio de uma copa do mundo.