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a sorte pede carona

A Crítica Gastronômica morrerá no mundo antes de nascer no Brasil.

Pelo menos a boa. Por aqui o que temos nada mais é que um punhado de resenhas gastrocômicas de lugares novos onde o chefe de cozinha ainda não sabe direito nem onde estão suas facas.

Porque o tempo certo para o restaurante se desenvolver e mostrar a que veio é de bem mais que os três primeiros meses, quando já saiu nas revistas e jornais.

Mídias impressas essas que ninguém mais lê. O meio, que nunca teve condições de bancar uma crítica clássica de fato – com direito a cerca de cinco visitas provando tudo sob circunstâncias diferentes etc – vem falindo cada vez mais rapidamente, sem nenhuma resistência.

Quando comecei meu primeiro blog, em 2007, escrevi bastante sobre o tema, apresentando todos os vícios que pastoreiam o sistema corrupto e incompetente. Naquela época o aparelho celular telefônico era menos presente em nossas vidas.

Hoje os tempos são outros e outras mídias vieram. Primeiro trocaram textos por legendas, depois por dancinhas. E quem não se adapta ao formato teletubbie não tem audiência.

Me vira o estômago esses vídeozinhos gravados em qualquer lugar, a maior parte deles bem ruim, narrados precariamente por uma imbecilizada voz em off.

Sei que o poço nunca tem fim, mas não consigo imaginar o que seja pior que isso.

Por isso também que não me esforcei muito pra voltar às letras minúsculas, quando o aplicativo denominado como word deu um pequeno pau aqui no meu microcomputador portátil. Ando meio enjoado de linguagens virtuais.

Mas esse velho dinossauro que vos escreve lhe traz uma dica preciosa

Toda morte implora por ressurreição e passamos por época de transição, inclusive as notas dessa semana são escritas do meu purgatório particular.

Assim como saímos da era dos críticos ultrapassados para páginas virtuais dirigidas por pessoas humanas agora chegou a hora de dar um basta ao estado que chegamos, repleto de tik tokers constrangedores.

Você não precisa de um foodie baby-sitter pra comer bem.

Se olhar com atenção, checará por si só que hoje boa parte dos comércios administram suas próprias páginas nas mídias sociais.

E, com tanta informação ao alcance de nossas mãos, a tarefa que nos cabe é a de filtrar o material para o fim de ir atrás do que vale a pena de fato.

Parece difícil, mas não é. Até porque a essa altura do campeonato já sabemos do que gostamos, na pior das hipóteses de maneira aproximada. Mas é fato que a margem de erro diminuiu bem.

Usemos a tecnologia a nosso favor, basta de influencers com cérebro semelhante ao de um aspirante a big brother.

Hoje é isso que tenho pra te dizer. Aproveito pra erguer um brinde para nós e aquele bom e velho balcão de bar.

Beijo do gordo,

J.

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