meu nome é luana
assim me corrigiu ao ser chamada por moça quando eu só queria pedir um mero guardanapo no lugar onde costumo comer gostosos salgados baianos há bom tempo
na minha frente um casal que chegou antes mas comeu depois, talvez por eu ser conhecido das salgadeiras
a jovem mística chegou depois de todos como se fosse um clarão, dada a rapidez e eficiência do atendimento destinado à estrela
quando comecei a me interessar pelo quitute em questão atendiam num lugar menor e eu ia às segundas ou terças, sempre dando preferência para as noites mais caídas
hoje só abre em fim de semana e véspera de feriado, as derrotas de público que tanto me apeteciam ficaram no passado
mas quem é que quer cozinhar pra meia dúzia de gato pingado? afinal a conta comercial precisa fechar pro estabelecimento seguir com as portas abertas
não é a primeira e nem será a última vez que me sinto como se deixasse de pertencer a um botequim
tais ocorrências fazem parte do processo da vida e desejo do fundo do coração que tudo dê certo pro povo todo. daqui do meu lado sempre me viro, mesmo que em casa, se bem que enquanto houver boêmia haverá uma porta entreaberta de prontidão pra receber almas solitárias como essa que vos escreve
somos quem podemos ser
assim dizia aquele velho compositor gaúcho, discípulo leal do oswaldo montenegro, na linhagem arcaica do valoroso humor involuntário brasileiro
as pessoas estão voltando às ruas e esse tal de mundo novo tem se mostrado um pouco mais inóspito que o costumeiro, a cada dia que passa torna-se mais difícil tentar o drible
mas ninguém disse que seria fácil
de maneira que nunca foi tão importante filtrar os programas para o fim de otimizarmos o tempo da melhor maneira possível
aproveite a oportunidade para erguer todo um mundo pra chamar de seu
vamos construir microcosmos onde possamos compreender a angústia do semelhante e quem sabe até aliviar a dor alheia
porque, no final, somos todos luana
beijo e até a semana,
j.
adorei a referência a engenheiros do hawaii, meu querido!