a cultura do cancelamento

digamos que a semana não foi muito boa pra mim, com direito a matéria leviana de uma página na folha de são paulo, usando frase de texto antigo absolutamente fora de contexto, mesmo após eu apresentar o completo original

a herdeira do grupo folha também é dona da livraria que abriga o restaurante da outra parte envolvida no processo, mas prefiro acreditar apenas na incompetência no lugar da má fé

considero um erro cancelar as poucas mídias que temos. embora a maior parte delas pertença a famílias não muito distintas, jornais e programas de televisão são feitos por pessoas como nós

além dos abutres de plantão, há gente decente e talentosa que ajudou a derrubar a ditadura e hoje a mídia é meio pra denúncias graves de toda procedência, como por exemplo os horrores praticados pelo atual desgoverno que preside a república

claro que, assim como a tal da famigerada democracia, não é o sistema perfeito. mas funciona pra uma par de coisas. cabe a nós tentar nos informar da maneira mais completa possível, divulgar matérias corretas e combater, na medida de nossa insignificância, fake news e afins

e temos a internet, de onde você me lê agora. por aqui a coisa é mais caótica, é um tanto mais difícil garimpar as coisa tudo. aliás, ponto para os antigos. reportagens completonas nunca foram tão bem vindas

a real é que quem quiser se vira, convenhamos que não é tão difícil pesquisar sobre um assunto, quando se tem tantos dispositivos ao alcance de um click no celular

voltando ao começo da nota, algumas pessoas que prezo bastante se viraram contra mim no rolê e não há muita coisa que possa fazer além de aceitar a parada. se continuarmos a brigar entre nós, seguiremos fudidos.

tenho um histórico machista demonstrado não apenas em textos antigos, mas também em comércios que tive ou comandei

tento me libertar disso no dia a dia. umas vezes sou bem sucedido, outras nem tanto

jamais assediei sexualmente (moralmente talvez. como disse, venho tentando melhorar, é necessário) e inclusive mantenho minhas próprias mídias abertas para denúncias. se você der uma olhada mais atenta no meu blog, verá dois textos com esse intuito, ambos sem expor a vítima

porque não se expõe alguém que tem pouca condição de se defender, ainda mais num mercado tão escroto quanto o que atuo

ainda sobre a campanha movida contra mim, isso de pouco adiantará

porque não se atira em alguém que já está morto

e sobre minhas cinzas se erguerá uma poeira que essa sim deve preocupar quem jamais conseguirá dormir com a consciência tranquila

o jogo só acaba quando termina

antes de cancelar alguém, procure ver as forças envolvidas no outro lado da história

e, se em algum momento te ofendi queira aceitar minhas sinceras desculpas. esse texto também é para você

não é de hoje que os grandes inimigos gastronômicos são prostitutos da indústria alimentícia e se você seguir o caminho do dinheiro verá que todo o círculo se fecha de maneira cristalina. denuncio isso de tudo quanto é jeito desde 2007. ou 2017, como assim preferiu escrever a repórter da folha. de nada adiantou

eu perdi, mas espero que as novas gerações se interessem pelo que chamo de bom combate.

no que puder ser útil, enquanto tiver forças, sempre seguirei à disposição, é fácil me encontrar

beijo e até semana que vem