nessa semana li o bom último livro do marcelo mirisola, intitulado a fé que perdi nos cães, antes desse o ótimo tijucanismos, de autoria do boêmio maior eduardo goldenberg e enquanto escrevo essas parcas linhas divide a atenção com a tela a capa da minha próxima leitura, aqueles olhos verdes, escrito pelo ilustre tijucano josé trajano.
em comum, além dos três autores serem meus amigos, o tamanho dos livros. eu não sei se foi pela escravatura eletrônica ou por alguma razão pandêmica, fato é que não consigo mais mergulhar na narrativa de grandes autores russos, a concentração não chega.
livro muito grande só se tiver teor jornalístico, pelo menos por enquanto. consciência de classe que chama?
você é o que você lê e as escolhas literárias sempre interferem diretamente no ofício da escrita.
no momento finalizo a elaboração de um livro de receitas crônicas – em homenagem à amiga e diva nina horta – e trabalho em outro projeto particular. além disso tenho mais duas ou três ideias que não sei se terei fôlego intelectual para executar.
até porque em algum momento desse ano é provável que arrume um trampo mais comercial, já que a água tem batido na bunda não é de hoje e os boletos são os únicos que sempre vencem de maneira implacável.
e aí terei ainda mais dificuldade pra seguir com a pouco rentável atividade literária que tanto me atrai.
então, como vencer esse e outros desafios que a vida nos proporciona?
pois bem.
além dos nossos fracassos devemos também ter a consciência da própria mediocridade e de qual chão temos que partir.
derrota, limitação e insignificância trabalhando a favor do nosso bem estar.
descubra tudo de ruim e inócuo ao seu redor e transforme as deficiências em pequenas vitórias.
se você não tirar proveito de seus próprios pontos fracos alguém o fará por ti.
não deixe que isso aconteça, a derrota é tua e ninguém tasca. faça a surra que a vida te deu finalmente valer a pena.
nem sempre é preciso apanhar pra aprender, mas já que isso aconteceu é preciso dar passos pra atrás a fim de identificar porque talvez as coisas não tenham saído como você gostaria e o que é preciso fazer pra virar esse eterno 7 a 1 sem fim.
eu tenho um verdadeiro combo de fracassos e não me envergonho deles. pelo contrário, os carrego comigo para melhorar o saldo nesse jogo de tentativa e erro chamado vida. quando o resultado não é bom, mais um passinho pra trás e vamo que vamo. quanto mais pesada a bagagem da derrota, maior é a probabilidade das pequenas vitórias que podem fazer a vida valer mais a pena.
bom, pelo menos é assim que faço e espero que o compartilhamento dessas informações te ajude de alguma maneira a achar a sua própria fórmula para elevar a razão de sua existência e também dos espíritos ao nosso redor.
beijos e até a próxima semana,